Quer-se anarquia contida Escravização da cultura Uma praia sem vida Um clímax que dura Quer-se paz e sossego Mações demolidas Lidas do medo Verdades Escondidas Quer-se viver a vida Na berma da estrada Ver cumprida Essa sina danada Cravos de abril no balcão de um bar Está seco e inerte Está sempre a alucinar Uma cola no deserto Regado de...Learn More

Costumo ir pelo o caminho mais longo Para não encarar as pessoas Que se afogam na calçada Sem saberem por onde morrer Silhuetas cravadas no céu Chovem pesado na minha pele crua Sem saberem tomar conta de mim Entendi que já não é certo Solidão encarnada em pecado Falência técnica do corpo apagado Regurgita fluidos acídicos Tapo a boca com as mãos...Learn More

Noite nula, empancamos é certo Fresca brisa numa praça deserta Ilumina a podridão concreta Imortaliza, revolução discreta Amanhã não é promessa Amanhã não é promessa O bacanal dominical banhado em pecado Pratica-se o mal entre o betão e o gado Amanhã não é promessa nem certo ou concreto Fodemos à pressa, a ritmo alucinante Padecemos de morte e...Learn More

Já não roda chama acesa Já não tremes de fraqueza Embrenhado em nevoeiro Entre o Porto e Aveiro Chamo mal e redundante Esta vida degradante Repetidos os sinais Dos reflexos nos canais Engole em seco o que digo Vira a cara, passa ao lado De mil combates comigo Já lutas do lado errado Letras falsas carimbadas Passaportes e noitadas Já não quero ir...Learn More

Sem filtro e sano Numa manhã sou isento Arrepios notados Nesse seu plano lento Não sabia demais Acenei-lhe sem fé Um olhar fulgurante Só mais uma vez Fecha-se o tasco Sinto-me imundo Pinto de verde O amanhecer moribundo Deitado na cama Uma costa francesa Triângulo vermelho Doce de framboesa É só mais uma vez É só mais uma vez Só mais uma vez É...Learn More

Subi a parada Alma aconchegada Entro em parafuso Nada aqui faz sentido Esta ansiedade perpétua Que corre a meu lado Continua a persistir Continua a chegar tarde Intensifico a rotina Queimo o sol na solidão Tenho cartas por abrir Desprovidas de emoção Nunca nada está perfeito Quero ver mais além Nunca fui mais que um sujeito É desta que eu vou...Learn More

Os tempos de verão são tristes Parapeito para o peito, vertigens inertes Cortina da sala cada vez mais fumada Viagens a cem, no carro quitado Eu já não posso ser mais errante Que consome e consome, ciclo vicioso A poesia sem jeito ofuscada ao perto Que fomenta o desdenho, indivíduo queimado Vem, vem, vem Sem, sem, sem Intenção De ilusão Sem...Learn More